sexta-feira, 26 de março de 2010

St-Viateur ou Fairmount: qual o melhor bagel de Montreal?


Em Montreal, bagel é coisa séria. As rosquinhas locais são bem diferentes daquelas encontradas em Nova Iorque. Os produtores do verdadeiro bagel Montreal-style devem seguir uma série de regras no preparo: a massa é enrolada à mão, não leva sal e é assada num forno à lenha. O resultado é um pão mais maciço, doce e crocante do que o nova-iorquino... e muito melhor, você vai ouvir todo mundo dizer por aqui (com razão).

Os dois fabricantes mais tradicionais da cidade, Fairmount (sobre o qual a Maria Ganem já escreveu aqui no blog) e St-Viateur, ficam em Mile-End e são para o bagel de Montreal mais ou menos o que o Pat's e o Geno's são para a cheesesteak da Filadélfia. A rivalidade existe desde a década de 50 e até hoje ninguém conseguiu declarar um vencedor nessa disputa.

Resolvi então comer nos dois lugares no mesmo dia, para poder comparar melhor um com o outro e realmente não entendo como pode existir dúvida: o bagel da St-Viateur é muito melhor.

Fabriqueta da St-Viateur

A St-Viateur tem um menu muito menor, são só três variedades (com sementes de papoula, gergelim ou sem nada) contra as mais de vinte do Fairmount, mas o bagel deles tem uma casquinha muito mais crocante e a massa é mais saborosa. Além de experimentá-los na hora, levei alguns para casa também. Foi aí que o St-Viateur se mostrou realmente superior: um dia depois, o bagel da Fairmount estava tão duro que não foi possível cortá-lo com uma faca (jogamos cinco no lixo), enquanto o do concorrente sobreviveu bem até o final da embalagem.

Como somente a Fairmount oferece sabores menos tradicionais, resolvi comer um de chocolate, bem gostoso, e um de alho, algo que eu espero nunca mais precisar colocar na boca: é incrivelmente amargo, uma decepção, uma vez que eu realmente gosto de alho (estou até planejando uma viagem para Gilroy!)

Enfim, quando você estiver com fome no meio da madrugada, recomendo ir ao St-Viateur e pedir um bagel de gergelim com lox. Só vá ao Fairmount se estiver com vontade de comer um bagel de chocolate de sobremesa.

Fairmount Bagel: 74, Ave. Fairmount O., tel. (514) 272-0667
St-Viateur: 263, Rue St-Viateur O., tel. (514) 276-8044

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segunda-feira, 22 de março de 2010

Garde-Manger: melhor restaurante-balada de Montréal


Por Alexandra Forbes

Toda vez que alguém com menos de 40 anos me pergunta onde ir em Montreal pra comer bem E se divertir, eu nem penso duas vezes. Respondo logo: Garde-Manger!

Não tem pra ninguém: esse micro restô serve comida maravilhosa e lá pelas 10h30 da noite as luzes baixam e vai virando, aos poucos, a balada mais gostosa da cidade.

Chuck Hughes, jovem chef ultra simpático e televisivo, e ultra bem-conectado, é quem toca a coisa, com um sócio.

O Garde Manger tem endereço escondidinho, nada de placa na porta, menu rabiscado numa lousa, porções generosas, clima de festa. A especialidade são os “pratos” de frutos do mar servidos em caixotes de madeira, sobre gelo picado. As patas de siri king chegam a medir meio metro! Tem também um tartare com patata palha por cima que hmmmmmmm! É de comer de joelhos:



Mas o prato mais famoso é a poutine com lagosta, que nunca sai do menu (aliás, nem há menu, e sim alguns pratos rabiscados numa lousa conforme o que o chef tiver achado no mercado).

Fritas, molhinho marrom estilo molho madeira, e gordos nacos de lagosta:




Ah, e o outro forte da casa são as garçonetes de parar o trânsito.

Tamanho sucesso faz com que o lugar fique intransitável toda noite depois das dez. Chega a parecer uma mini-boate! No Garde Manger co-existem cozinha impecável e muita badalação, coisa que é raridade absoluta. Resultado? Hughes acabou sendo chamado para ser garoto-propaganda da maionese Hellman’s e apresentar programa de culinária na tevê e virou celebridade.

Importante: eles fazem dois "seatings": ou você vai SUPER cedo, ou vai tarde, tipo 9. Não tem meio termo. E é imprescindível reservar com pelo menos uma semana de antecedência.

Garde Manger: 408, Rue St. François-Xavier, 678-5044

quarta-feira, 17 de março de 2010

Restaurante Barroco em Vieux Montreal: badalado e delicioso


Fotos: divulgação


Por Beatriz Tasso Fragoso, colaboração especial

Vieux Montreal, ou Old Montréal, é dos favoritos dos turistas. Justamente por isso, na rua St. Paul, a artéria principal que corta o lindo bairro de ruas de paralelepípedo e sobrados de pedra, tem vários restaurantes beeem turísticos. E turístico no mau sentido: cozinha "internacional" geralmente mal-executada, preços altos.

O importante para quem vem à cidade é saber achar os bons endereços naquele mar de micos. Há dois BONS restaurantes na rua St. Paul: o Chez l'Épicier e o Barroco. Este último, mais jovem e badalado e aconchegante.


O menu dá água na boca:




Na noite de nossa visita, aquilo estava uma festa, só gente bonita.
E a comida? Nada mal!
 
Restaurante Barroco: Rua St. Paul Ouest, 312, tel (514) 544-5800



sábado, 13 de março de 2010

Hoje: Saint Patrick's Parade


Hoje acontece a Saint Patrick's Parade, tradicional festa irlandesa que comemora o dia de São Patrício (17 de março) e ocorre na cidade anualmente desde 1824, sem nunca ter sido cancelada: é a mais antiga do mundo em atividade contínua! A da Irlanda, em Dublin, só começou em 1931. Não é à toa que existe um trevo na bandeira de Montreal.

A festa começa ao meio-dia na esquina da Rue du Fort com a St. Catherine e vai até o Phillips Square. Chegue cedo pra conseguir um bom lugar para ver o São Patrício gigante, carros alegóricos, bandas marciais, gente fantasiada e até o Bonhomme Carnaval, mascote do Carnaval de Québec, que todo ano inexplicavelmente participa da festa irlandesa, maquablement.

Por último, mas não menos importante, é bom lembrar que apesar da grande quantidade de cerveja bebida nesse dia ser parte da tradição, o consumo de bebidas alcoólicas é proibido nas ruas de Montreal. Caso queira oferecer uma Guiness ao santo, vá até o McKibbin's Irish Pub da Bishop, que fica a menos de uma quadra da parada e onde vai acontecer uma festa com música ao vivo que começa às 8 da manhã e vai até 3 da madrugada de segunda-feira.

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domingo, 7 de março de 2010

Restaurante Daou: "se é bom para a Céline, é bom pra mim"

Se você procurar informações sobre o Daou pela internet, provavelmente encontrará frases como a do título deste post e várias outras menções ao fato de Céline Dion e o marido René Angélil (descendente de libaneses) frequentarem o restaurante. Mais até do que sobre a comida, o que é uma pena, tendo em vista que o lugar é excelente.

O restaurante tem dois endereços, ambos um pouco afastados dos pontos turísticos mais comuns da cidade, mas a visita vale a pena. Nunca fui no local original, em Villeray, onde - reza a lenda - Céline Dion já até cantou parabéns para um outro cliente que estava fazendo aniversário, mas se a comida for tão boa quanto a da unidade de Ville Saint-Laurent, recomendo muito.

O lugar tem uma fachada feia, numa avenida mais feia ainda. Você entra e não melhora muito: parece, sei lá, a Tapeçaria Chic. Você logo percebe que é o tipo de lugar onde as famílias vão para "jantar fora", não pra você levar a namorada no primeiro encontro.

O cardápio é bastante tradicional e, além dos pratos individuais, oferece as "sugestões do chef": quatro pratos com pequenas porções, bom para experimentar um pouco de cada. Pedimos dois desses: um foi o "assiette d'assortiment", com charutos de folha de uva, falafel, quibe, esfiha de carne e vegetariana, babaganuche e homus.

O segundo foi o "assiette de grillades", com kebab de filet mignon, frango e kafta, com um potinho de manteiga de alho, além de arroz ou fritas. Não vejo o menor sentido em oferecer fritas num prato desses, mas se você estiver tentado a pedi-las, saiba que o arroz é delicioso e as batatas são oleosas (pelo menos foi o que eu consegui observar olhando a mesa ao lado).

Todos os pratos são muito bem preparados, da massa super fresca das esfihas até as carnes macias e cuidadosamente temperadas. A kafta foi provavelmente a melhor que eu já comi.

De sobremesa, pedimos muhallabia (pudim de arroz) com pistache, que veio bem gelado e baklawa (massa folhada) recheada com nozes, com um sabor bastante amanteigado. Ambos deliciosos, até esqueci de tirar uma foto!

O total da refeição para duas pessoas, sem vinho, dá em torno de CAN$80.

Independente de Céline Dion, paredes revestidas com lambris de madeira e cafonices como pratos personalizados com o nome do lugar, o Daou é sem dúvida um dos melhores restaurantes de cozinha do Oriente Médio da cidade. Vale a pena sair do centro para comer um pouco de comfort food libanesa de qualidade enquanto um grupo de velhinhos na mesa ao lado canta "Parabéns a você" em árabe.

519, rue Faillon E.
Montreal

2373, Boul. Marcel-Laurin
Ville Saint-Laurent

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terça-feira, 2 de março de 2010

Hoje: Montreal na Global Ignite Week

Por Iberê Rodrigues

Hoje, às 19h30 na Sala Rossa, acontece a versão montrealense da conferência Ignite, parte da Global Ignite Week, um movimento que começou em Seattle em 2006 e do qual Montreal está participando pela primeira vez este ano.

O evento é basicamente composto por uma série de palestras de cinco minutos cada, com 20 slides que mudam automaticamente a cada 15 segundos. Aqui em Montreal, serão apresentados assuntos como a construção de um iglu, sobrevivência nas ruas da cidade como um mendigo, uma breve história da meteorologia (algo que parece fascinar os québécois) e mais um monte de coisas malucas e interessantes.

Os ingressos custam CAN$10 online (no momento em que escrevo este post, ainda estão disponíveis 92 ingressos) ou CAN$15 na porta e todo o lucro será doado para a Cruz Vermelha e os Médicos sem Fronteiras.

Mais informações no site oficial do evento: www.ignitemontreal.com.

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