Se você ignorar aquele monte de lojas de souvenirs horríveis que abundam no bairro, Vieux Montréal e suas ruazinhas de paralelepípedo, charretes e prédios históricos é um dos lugares mais românticos da cidade. O bairro também é cheio de bares e clubes noturnos, mas casais que procuram um bom restaurante com clima mais tranquilo vão preferir o Bonaparte, ao lado do Centaur Theatre, o principal teatro anglófono da cidade. Durante a temporada, eles inclusive servem um menu especial pré-peça, ideal para um tradicional date jantar-e-teatro.
Quando for reservar uma mesa, peça uma perto da janela, assim você poderá apreciar o movimento da rua e ver as charretes passarem (eu tenho dó dos cavalos, mas a maioria das pessoas acha um charme!). Todos os três ambientes são ótimos, mas as mesas perto das janelas são as melhores para casais, com toalha de linho branco e uma orquídea muito delicada iluminada por um spot de luz.
A cozinha francesa do Bonaparte é ainda mais impressionante do que a arquitetura do lugar: é um dos melhores restaurantes onde eu já comi aqui em Montreal. O menu degustação com seis pratos mais café ou chá, servido a CAN$62, é a melhor opção.
De entrada, o bisque de lagosta é saboroso e com a textura bem aveludada, mas um pouco sem sal; preferi a salada verde com pinhole e parmesão.
Em seguida, pedi um salmão defumado com azeite de trufas negras, servido em formato de flor: muito bonitinho, além de gostoso. A outra opção que experimentei, igualmente boa, foi a massa-folhada recheada com queijo de cabra e amêndoas grelhadas.
O terceiro prato foi camarão e vieira com molho de baunilha, que eu havia hesitado um pouco em pedir, já que raramente como bons pratos que combinem frutos do mar com baunilha, mas fui positivamente surpreendido. O ravioli recheado com cogumelos e salva é excelente.
Antes do prato principal, outra boa surpresa: um delicado sorbet de pêra e estragão submerso em vinho espumante, doce na medida certa. Fico sempre feliz ao encontrar restaurantes como o Bonaparte, que praticam uma cozinha de qualidade e fiel aos próprios princípios, sem se preocupar com a opinião de foodies moderninhos, que hoje acusam o singelo sorbet que limpa o palato de ser brega... é o mesmo tipo de gente que come espuma no prato principal e acha ótimo, vai entender. Mas divago, voltemos à refeição.
O prato principal foi filet mignon ao molho de conhaque e cinco pimentas, servido com legumes. A carne estava não só muito saborosa mas foi - sem exagero - o filet mignon mais macio que eu já comi.
Para encerrar, uma "sinfonia de sobremesas": um pequeno crème brûlée e três quadradinhos de tortas-mousse, um de cheesecake, um de frutas vermelhas e um de chocolate com avelã, o único que não me agradou muito, era bem parecido com o da Pâtisserie de Gascogne, extremamente doce e com aquela base crocante que todas as docerias de Montreal estão usando.
Não poderia recomendar mais uma ida ao Bonaparte, que oferece comida, ambiente e serviço excelentes por um preço bastante justo, ainda mais levando-se em consideração essa infeliz tendência dos restaurantes da ilha de oferecerem tables d'hôte cada vez mais reduzidos, muitos inclusive cortando a sobremesa da refeição, mas isso é assunto para um outro post...
Restaurant Bonaparte: 447, rue Saint-François-Xavier, tel. (514) 844-4368
Quando for reservar uma mesa, peça uma perto da janela, assim você poderá apreciar o movimento da rua e ver as charretes passarem (eu tenho dó dos cavalos, mas a maioria das pessoas acha um charme!). Todos os três ambientes são ótimos, mas as mesas perto das janelas são as melhores para casais, com toalha de linho branco e uma orquídea muito delicada iluminada por um spot de luz.
A cozinha francesa do Bonaparte é ainda mais impressionante do que a arquitetura do lugar: é um dos melhores restaurantes onde eu já comi aqui em Montreal. O menu degustação com seis pratos mais café ou chá, servido a CAN$62, é a melhor opção.
De entrada, o bisque de lagosta é saboroso e com a textura bem aveludada, mas um pouco sem sal; preferi a salada verde com pinhole e parmesão.
Em seguida, pedi um salmão defumado com azeite de trufas negras, servido em formato de flor: muito bonitinho, além de gostoso. A outra opção que experimentei, igualmente boa, foi a massa-folhada recheada com queijo de cabra e amêndoas grelhadas.
O terceiro prato foi camarão e vieira com molho de baunilha, que eu havia hesitado um pouco em pedir, já que raramente como bons pratos que combinem frutos do mar com baunilha, mas fui positivamente surpreendido. O ravioli recheado com cogumelos e salva é excelente.
Antes do prato principal, outra boa surpresa: um delicado sorbet de pêra e estragão submerso em vinho espumante, doce na medida certa. Fico sempre feliz ao encontrar restaurantes como o Bonaparte, que praticam uma cozinha de qualidade e fiel aos próprios princípios, sem se preocupar com a opinião de foodies moderninhos, que hoje acusam o singelo sorbet que limpa o palato de ser brega... é o mesmo tipo de gente que come espuma no prato principal e acha ótimo, vai entender. Mas divago, voltemos à refeição.
O prato principal foi filet mignon ao molho de conhaque e cinco pimentas, servido com legumes. A carne estava não só muito saborosa mas foi - sem exagero - o filet mignon mais macio que eu já comi.
Para encerrar, uma "sinfonia de sobremesas": um pequeno crème brûlée e três quadradinhos de tortas-mousse, um de cheesecake, um de frutas vermelhas e um de chocolate com avelã, o único que não me agradou muito, era bem parecido com o da Pâtisserie de Gascogne, extremamente doce e com aquela base crocante que todas as docerias de Montreal estão usando.
Não poderia recomendar mais uma ida ao Bonaparte, que oferece comida, ambiente e serviço excelentes por um preço bastante justo, ainda mais levando-se em consideração essa infeliz tendência dos restaurantes da ilha de oferecerem tables d'hôte cada vez mais reduzidos, muitos inclusive cortando a sobremesa da refeição, mas isso é assunto para um outro post...
Restaurant Bonaparte: 447, rue Saint-François-Xavier, tel. (514) 844-4368
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