sexta-feira, 28 de maio de 2010

Este sábado: Montreal Museums Day

O Montreal Museums Day é um evento que acontece todo ano em que 30 dos principais museus da cidade abrem suas portas ao público de forma gratuita. É uma ótima oportunidade de conhecer novos lugares e participar das atividades especiais que acontecem nesse dia.

Este ano o evento segue o tema Montreal, City of Glass (a Alexandra Forbes já escreveu sobre essa iniciativa, que vai durar o ano todo, no Montreal for Insiders), com alguns lugares oferecendo exposições especiais sobre o tema.

A Basilica de Notre-Dame, que participa pela primeira vez do Museums Day, fará um tour às 14h30 com um guia apresentando os vitrais da igreja. As vagas são limitadas, então ligue para (514) 842-2925 e reserve o seu lugar.

O Canadian Centre for Architecture sempre tem atividades interessantes para as crianças. Este ano eles ofereção um workshop chamado Voyages in Space, que vai do meio-dia às 18h00, o workshop segue o tema da exibição principal do CCA este ano: Other Space Odysseys, que estuda a ligação entre as viagens espaciais e arquitetura.

O Montreal Museums Day acontece neste sábado, 30 de maio, das 9h00 às 18h00
. Com tanta coisa acontecendo em tantos lugares diferentes, recomendo o download da programação completa, que traz não só as atrações de cada local, mas também em qual linha de ônibus gratuito e em qual para cada museu está, tornando o planejamento do dia muito mais fácil.

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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Restaurant Bonaparte: ideal para um jantar romântico em Vieux Montréal

Se você ignorar aquele monte de lojas de souvenirs horríveis que abundam no bairro, Vieux Montréal e suas ruazinhas de paralelepípedo, charretes e prédios históricos é um dos lugares mais românticos da cidade. O bairro também é cheio de bares e clubes noturnos, mas casais que procuram um bom restaurante com clima mais tranquilo vão preferir o Bonaparte, ao lado do Centaur Theatre, o principal teatro anglófono da cidade. Durante a temporada, eles inclusive servem um menu especial pré-peça, ideal para um tradicional date jantar-e-teatro.

Quando for reservar uma mesa, peça uma perto da janela, assim você poderá apreciar o movimento da rua e ver as charretes passarem (eu tenho dó dos cavalos, mas a maioria das pessoas acha um charme!). Todos os três ambientes são ótimos, mas as mesas perto das janelas são as melhores para casais, com toalha de linho branco e uma orquídea muito delicada iluminada por um spot de luz.

A cozinha francesa do Bonaparte é ainda mais impressionante do que a arquitetura do lugar: é um dos melhores restaurantes onde eu já comi aqui em Montreal. O menu degustação com seis pratos mais café ou chá, servido a CAN$62, é a melhor opção.

De entrada, o bisque de lagosta é saboroso e com a textura bem aveludada, mas um pouco sem sal; preferi a salada verde com pinhole e parmesão.

Em seguida, pedi um salmão defumado com azeite de trufas negras, servido em formato de flor: muito bonitinho, além de gostoso. A outra opção que experimentei, igualmente boa, foi a massa-folhada recheada com queijo de cabra e amêndoas grelhadas.

O terceiro prato foi camarão e vieira com molho de baunilha, que eu havia hesitado um pouco em pedir, já que raramente como bons pratos que combinem frutos do mar com baunilha, mas fui positivamente surpreendido. O ravioli recheado com cogumelos e salva é excelente.

Antes do prato principal, outra boa surpresa: um delicado sorbet de pêra e estragão submerso em vinho espumante, doce na medida certa. Fico sempre feliz ao encontrar restaurantes como o Bonaparte, que praticam uma cozinha de qualidade e fiel aos próprios princípios, sem se preocupar com a opinião de foodies moderninhos, que hoje acusam o singelo sorbet que limpa o palato de ser brega... é o mesmo tipo de gente que come espuma no prato principal e acha ótimo, vai entender. Mas divago, voltemos à refeição.

O prato principal foi filet mignon ao molho de conhaque e cinco pimentas, servido com legumes. A carne estava não só muito saborosa mas foi - sem exagero - o filet mignon mais macio que eu já comi.

Para encerrar, uma "sinfonia de sobremesas": um pequeno crème brûlée e três quadradinhos de tortas-mousse, um de cheesecake, um de frutas vermelhas e um de chocolate com avelã, o único que não me agradou muito, era bem parecido com o da Pâtisserie de Gascogne, extremamente doce e com aquela base crocante que todas as docerias de Montreal estão usando.

Não poderia recomendar mais uma ida ao Bonaparte, que oferece comida, ambiente e serviço excelentes por um preço bastante justo, ainda mais levando-se em consideração essa infeliz tendência dos restaurantes da ilha de oferecerem tables d'hôte cada vez mais reduzidos, muitos inclusive cortando a sobremesa da refeição, mas isso é assunto para um outro post...

Restaurant Bonaparte: 447, rue Saint-François-Xavier, tel. (514) 844-4368


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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Verão em Montréal: o bacaníssimo parque René Levesque em Lachine





Por Beatriz Tasso Fragoso, colaboração especial

Verão em Montreal é uma delícia. Todo mundo sai pra rua, pros parques, de pernas de fora, short, regata, até biquíni! 
Patins, bikes, triciclos, skates – esporte ao ar-livre é a maior paixão dos moradores da cidade.
Tenho primos que nasceram aqui e que me convidaram para almoçar este domingo em Lachine, ex-cidadezinha que conforme Montreal foi crescendo acabou virando bairro/subúrbio. Eu achava que era longe do centro, mas estava enganada: dá pra chegar facilmente pela trilha pública de bicicleta. Esse bike trail vai seguindo o canal Lachine, que desemboca no Rio São Lourenço (na foto acima).
É uma ótima ideia de passeio: alugar uma bike pública (Bixi) e pedalar até a ruazinha principal de Lachine, repleta de restaurantes BBB (bons, bonitos e baratos).

O quê?! Vocês não sabem das bikes públicas?! Montréal tem milhares delas, você paga uma mixaria em qualquer uma das centenas de estações Bixi, usa a bike e devolve em qualquer outra estação. E se o percurso levar menos do que meia hora, eles não cobram nada! Vejam que legal, nesse vídeo, o esquema das Bixis:


Depois do almoço, atravesse a ponte até o parque René Levesque, do outro lado do canal: lindo!

E aqui, o site oficial do parque.



E aqui, instruções de como chegar lá, via Google Maps:







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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Restaurante Madrid: uma dimensão paralela entre Montreal e Quebec


Hoje eu vou fugir um pouco do tema principal deste blog e falar de um lugar que fica fora da cidade, no caminho entre Montreal e Ville de Quebec.

O Madrid é um restaurante/bar/hotel/dépanneur/centro de convenções/posto de gasolina que fica na saída 202 da Autoroute 20 e é não só a parada mais visitada deste trecho da estrada (mais de 500 mil pessoas por ano) como é também de longe a mais estranha. Pra falar a verdade, é o lugar mais estranho que eu já visitei no Canadá.

Da estrada é possível ver um enorme letreiro eletrônico anunciando as atrações do lugar em letras garrafais, uma palavra por vez. Lembra um poema concreto.

GAS
POUTINE
HOTEL
$30
WE
SPEAK
ENGLISH

Às vezes o letreiro também anuncia os eventos que vão acontecer no centro de convenções, como um torneio local de pichenotte, ou alguma outra atividade tipicamente québécoise.

Quando você chega no estacionamento, percebe de imadiato que ali não é uma parada de estrada comum, o importante lá é chamar a atenção dos motoristas que passam pela rodovia:  ao redor de todo o terreno é possível encontrar dezenas de estátuas de dinossauros. Criadas na época do filme Jurassic Park, elas foram expostas em diversas cidades do Quebec e em 1994 encontraram um lar no Madrid. Uma meia-dúzia daquelas picapes com rodas enormes, chamadas bigfoot, estão estacionadas lá também. Nada é muito bem mantido: um pobre carnossauro já perdeu as patas dianteiras e os bigfoots estão com os pneus murchos e a pintura desbotada, mas nada disso impede os clientes de posarem para fotos dentro das rodas das caminhonetes ou ao lado dos bichos de concreto.

É no estacionamento também que Normand L'Amour, um artista muito peculiar, antigo comerciante que diz ter sido iluminado por Deus para começar a compor, vende alguns dos seus CDs. Eu não sei que tipo de acordo existe entre ele e a proprietária do Madrid (se é que existe algum), mas a música do sr. L'Amour é a trilha sonora perfeita para o restaurante.

Por dentro, o restaurante não é menos bizarro: na entrada ficam brinquedos eletrônicos e máquinas de fliperama, além de um Zoltar, um daqueles videntes mecânicos igual ao do filme Big, que transforma uma criança no Tom Hanks. Como se isso não fosse assustador o suficiente, outros três bonecos mecânicos ficam sentados num banco ao lado das mesas, mexendo a cabeça de vez em quando.



Ninguém deveria parar no Madrid só para comer, mas mesmo assim o buffett de almoço deles está sempre cheio. Eu nunca me arrisquei e sempre prefiro pedir um café e um lanche. Não é tão ruim quanto você poderia imaginar, mas também não é bom, com exceção do poutine, que é melhor do que os de muitos casse-croûtes de Montreal.

Enfim, estando com fome ou não, recomendo uma parada no Madrid: é como visitar outro planeta sem nem precisar sair do roteiro da viagem.

Restaurant Madrid
: 180, Rang du Moulin Rouge - Saint-Léonard d'Aston (Québec), tel. (819) 399-2943