Café da Manha no Guanabara, pra começar bem o dia em Montreal

De tanto ver o anuncio do tal Café Guanabara, fiquei curiosa e resolvi ir la na Avenue du Parc conferir. Foi tiro certo. O lugar na beirinha do Parc Mont Royal é agradavel, tem uma varandinha simpatica, toca Los Hermanos, e serve um honestissimo café da manha: um combo de café com leite, pao na chapa e suco de caju, com direito a um pao de queijo (por $2,50). A dona, Sandra, é uma curitibana simpatica, e cozinheira de mao cheia: faz empadinhas suculentas, brigadeiros e casadinhos gorduchos, coxinha de galinha bem sequinha... O café aberto em fevereiro deste ano tem tudo pra dar certo, além dos quitutes, no almoço, Sandra oferece feijoada por $9,50, e outros pratos com aquele tempero brasileiro bom. Ainda nao provei, mas fiquei com agua na boca, so de pensar naquele feijaozinho preto com lingüiça...hummm.

Instantâneas de Montreal: esta nevando!

Que emoçao rever a neve caindo! Ai esta ela, em pleno dia 22 de outubro. Pra nossa sorte, ainda vêm muito mais flocos branquinhos por ai!

Orgânicos, vegetarianos, e outros verdes de Montreal...

Montreal é a cidade mais verde que já conheci. Esta ali, colada em Amsterdam quando se trata de consciência ecológica. E este pensamento existe em todas as esferas sociais, vem do maior empresário, dono do Cirque du Soleil e fundador da One Drop – ong séria em prol da preservação e boa distribuição da água no planeta, ou dos vendedores da mercearia da esquina, que não fornecem mais sacos plásticos descartáveis. São verdes a extensa e útil ciclovia que cobre a cidade, e o eficiente sistema de coleta de lixo reciclável. É verde o espírito pouco consumista e menos vaidoso do montrealense, que valoriza produtos de segunda mão, faz bazares nas esquinas, trocando seus moveis, discos e roupas com os vizinhos. É verde também o valor dado à arte e à musica independente.

Os exemplos são infinitos e inspiradores. Você conhece o Communauto? É uma empresa de automóveis que funciona assim: você paga 500 dólares para ficar sócio, e pode usar os carros nos dias que precisar, pagando um valor baixo por quilometro utilizado. A gasolina é reembolsada, você não paga o seguro, não se preocupa com a manutenção, com estacionamento, troca de pneus no inverno, e outras muitas chatices que envolvem ter o seu próprio carro. E a Équiterre? É uma cooperativa de produtores locais que leva à sua porta toda semana frutas, legumes, laticínios e cereais frescos e orgânicos para você comer bem. É ou não é um lugar para se repensar esse sistema onde so o novo, o meu, e o mais caro interessam?

Mas, tudo isso para dizer que conheci esta semana uma lanchonete vegetariana maravilhosa na Saint Viateur, a recém-aberta La Panthère Verte (precisa dizer que é TUDO orgânico por la?). O lugar é uma gracinha e vende sanduíches de falafel, tofu, ou portobello com muitos molhos e folhas crocantes, por $7. Há também sopinhas muito bem temperadas, e saladas de quinoa, beterraba etc., igualmente deliciosas. Outro excelente vegetariano de Montreal, é o conhecido restaurante Aux Vivres, na Saint Laurent. No verão eles têm um terraço aberto ao publico super agradável. No menu, misturam creme de amendoim com salada de cenoura em um de seus sanduíches, ou raspas de coco queimado com folhas verdes em outro. Uma sopa que amei foi a de feijão branco e um fio de azeite de dendê, exótica e saborosa. Os sucos são incríveis (gosto muito do de maça com pêra e gengibre). Pra terminar tem um menu só de chás, com ervas asiáticas e africanas. O Aux Vivres é um pouco mais caro, mas com $20 come-se muito bem. Vale conhecer os dois.

Festival du Nouveau Cinéma 2009, até dia 18 em Montréal

Gente, esta rolando desde do dia 7 de outubro e até dia 18 o Festival du Nouveau Cinéma, um dos melhores para quem curte cinema experimental ou cult, com filmes do mundo inteiro. Como dizem os québécois, ele é mais "pointu" que o Festival des Films du Monde, que rolou em setembro. Esse dai é pra quem tem vontade de ver o que rola de novo em relaçao à forma e conteudo no cinema. Ainda nao pude me concentrar nele. Vou correr para este fim de semana tentar ver coisas boas. Alguma dica? Veja a programaçao aqui.

Hoje e amanha tem Metric no Métropolis!

O quarteto de Toronto mostra hoje seu novo album Fantasies no Métropolis ao publico montrealense. É uma oportunidade pra quem perdeu o show de graça deles aqui em abril na Apple Store, que estava insuportavelmente cheio.

Conheça a Beatriz Milhazes das cerâmicas: a canadense Lisa Robbins

Foi numa recente viagem a Toronto que me deparei pela primeira vez com obras contemporâneas feitas em cerâmica, ou ao menos que prestei atençao a elas... A cidade tem um museu chamado Gardiner Museum, dedicado a esta arte milenar, onde uma seção inteira traz trabalhos feitos a partir da década de 50, impressionantes. Quanto mais jovens os artistas, mais os trabalhos sao ousados e diversificados. Nada de utensílios para cozinha, vasos, etc. O que se faz hoje em dia sao esculturas modernas, muitas com formas orgânicas e texturas completamente inovadoras. A artista canadense Lisa Robbins, recém-formada em cerâmica pela Sheridan's Craft and Design, representa bem essa nova tendência. Suas peças sao coloridas, criativas e super moderninhas. Confira o trabalho de Lisa abaixo, e se quiser veja outras criaçoes da moça em seu site.

Instantâneas de Montreal: os esquilos gorduchos do parque Mont Royal

Veja so a felicidade gerada por um punhado de amêndoas...

Fotos: Renato Japi, 10/10/09, Parc Mont Royal

Um pouco de tudo, e muita coisa boa no Marché Jean Talon, o mercado central de frutas e legumes de Montreal

No ranking de passeios imperdíveis de Montreal, o Marché Jean Talon – que já estava no topo da lista – sobe pra primeira posição (!!!!) agora, no outono. O mês das bruxas colore o mercado em tons de vermelho e laranja, estampados nas pimentas, abóboras, tomates, e outras frutas da feira. Começar o dia por la, espanta o mau olhado e traz muito bom humor. O melhor é tomar um bom café da manha numa das famosas padarias da cidade, Première Moisson ou Au Pain Doré, ambas com sede no mercado e fontes de baguettes e croissants fresquinhos, além de doces de tirar o fôlego. Depois do café, andar pelas galerias provando as frutas, sucos e compotas suculentas é uma bela maneira de “degustar” a estação. A época é das maças e cranberries, que dão sucos, geléias e tortas indecentes de tão gostosas. As abóboras parecem saídas de um filme de terror, são enormes, como nunca antes vistas! Pra completar o cenário, ramos de alho e pimenta pendurados aos toldos formam cortinas protetoras contra vampiros, espíritos, e seja la mais o que for que apareça nesse Halloween. Algumas dicas: para queijos, não deixe de passar na Fromagerie Hamel (os para raclette estão com desconto, humm...delicia!). Dentro do mercado, tem uma loja de carne biológica (quem ainda come boi envenenado com antibióticos?). E, essa sim a mais importante de todas as dicas, nao deixe passar os doces árabes expostos numa lojinha ao centro da feira, sao ma-ra-vi-lho-sos! Além disso, tem é claro, os champignons frescos, os frutos do mar e peixes saborosos, as massas italianas frescas, mercearias com mais de 100 tipos de azeite e temperos do mundo todo, os sais de banho e sabonetes naturais, os cereais orgânicos, e uma série de itens que nao podem faltar em casa (pelo menos nas casas de quem ama comer e viver bem). Bom domingo!

Rolou em Montreal, Mirah no Il Motore

Dia 7 de outubro, em plena quarta-feira, no Il Motore – uma casa de show que mais parece uma garagem improvisada, na rua Jean Talon (mas com um som da melhor qualidade) – rolou um encontro daqueles de chorar de tao bom. Pela segunda vez em Montréal (a primeira foi em 2007), a cantora americana Mirah esbanjou talento num show intimista, onde esteve super à vontade no palco (descalça inclusive), e acompanhada de uma violinista e uma baterista de primeira. As musicas doces sao engajadas, falam do desastre em New Orleans ou dos conflitos no Oriente Médio, mas tudo com muita delicadeza e sussurros que acariciam os ouvidos. Ha também as melodias mais românticas, e outras inspiradas no tango argentino, ou no nosso samba. Confira as fotos do show abaixo, e o som da cantora no myspace. E fique ligado na programaçao da casa.

Patati Patata, a mais montrealense de todas as lanchonetes da cidade

O lugar é apertado, a comida é servida num balcão, a cozinha fica sob o nariz dos clientes, e mesmo assim o Patati Patata tem fila de espera na porta, quase todos os dias. A lanchonete numa das esquinas mais badaladas da cidade, Saint Laurent com Rachel, é o xodó dos montrealenses. E quando se supera seus contratempos, fica fácil entender o porquê. Os hambúrgueres, uma especialidade, parecem feitos em casa: fresquíssimos, sequinhos, num pão quente, crocante por fora e macio por dentro, que cabe na palma da mão. Sao feitos para se comer aos montes, cada hamburguinho custa $ 1,75. As variações ficam por conta do bacon, queijo, alface, tomate e uma série de outros temperos que podem – e devem – ser acrescentados ao sanduíche. Completo, acompanhado de uma farta salada e uma porção de batatas fritas, o prato sai a $ 6,50 (e é garantia de felicidade). Mas o Patati Patata nao é so isso. Freqüentado pelos boêmios de Montreal, tem cerveja na pressão a $2,50, e fica aberto até tarde (o que é uma enorme vantagem por aqui). O clima é super descontraído, a trilha sonora esperta, e os cartazes que decoram a casa, cheios de dicas sobre a programação noturna da cidade. Dali, por exemplo, é comum se dar uma esticada para um show no Divan Orange, ou na Sala Rosa, vizinhos com uma programação musical eclética e de ótima qualidade.